SÃO LONGUINHO


São Longuinho, São Longuinho, cadê o acelerador que estava aqui?

A gente perde as chaves, perde a cabeça, perderia até o acelerador também, se não estivesse grudado onde tem que estar.


Eu não perco meus pés... Claro, eles estão grudados em mim. Não perco os sapatos, tênis nem chinelos também, porque eles têm o lugar certo para serem guardados, ou às vezes, largados. Eu não era assim. Passava parte do dia procurando coisas. Aí me toquei que a vida é curta, posso usar esse tempo para fazer nada. Desde então comecei a praticar: Um lugar pra cada coisa, cada coisa em seu lugar! - Que maravilha! Fica tudo bonitinho, arrumado! Abro a gaveta e as coisas estão lá! Abro o armário e acho tudo! Não quebro mais copos deixados pela pia, aqueles que antes eu largava ali pra ficarem mais fácil de pegar. Toda esta arrumação veio com mais uma vantagem: nem preciso olhar para a prateleira pra pegar o copo, minha mão chega nele sozinha, sem eu ter que acionar meus neurônios para decifrar onde ele estaria, se não tivesse um lugar certo para estar. Virou ação involuntária, como pisar no acelerador do carro pra fazer ele andar. 

Mas já pensou se levássemos o acelerador com a gente? - "Alguém achou o meu acelerador?", muita gente viveria perguntando. Teria um acessório a mais para se vender por aí: porta-acelerador! Eu improvisaria um desses, pra deixar junto ao meu porta-trecos, porta-controles-remotos, porta-cds, porta-óculos... Porta-chaves também, afinal é com elas que se abrem as portas.
É... acho que fiquei um tanto metódico com isso. Mas dei sossego ao São Longuinho que não me viu mais dando três pulinhos.

© Gutto Carrer Lima
BLOGBOOK - Morando no Carro
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