GIRAR SEM PERDER O CENTRO

SE ATÉ A TERRA É BIPOLARIZADA, COMO POSSO NÃO SER?

A questão é: estamos girando em torno de nossos próprios centros? Ou giramos em torno do pensamento coletivo que dita o que deveria ou não nos fazer felizes?

Os pólos existem porque existe um centro, lógico! A crosta da Terra gira em torno de seu próprio núcleo, de ferro liquefeito e altíssima temperatura, como um rolimã, fazendo dela um dínamo que gera a energia magnética que nos faz ter a gravidade, o chão. Em analogia com a Terra, saber girar sem perder o próprio centro é manter-se em equilíbrio emocional entre nossos pólos.

Passei um bom tempo desconfiando ser bipolar segundo o conceito da psicologia. Hoje sei que não se tratava disso, apenas era atraído às vezes para o norte, outras para o sul das emoções coletivas, desviando minha atenção daquilo que realmente me agrada e fazendo-me pensar que eu não sentia graça em nada.

Deixei de seguir padrões e receitas de felicidade para descobrir a minha própria, o meu núcleo de satisfação com a vida. Ele não está nas baladas, no carro novo, no dinheiro, nas grandes cidades e nos hotéis cinco estrelas. Nem tão pouco nos flashes de realização das metas e desafios vencidos. Não sou obrigado a sentir graça nisso, estes pólos não são meus. 

O que importa é que agora eu sei qual é o meu centro, o que me equilibra nele, e o que me tira do eixo. Bipolarizado, sim, bipolar, não. Centrado naquilo me faz feliz, e não no que me dizem. Como publicitário, digo: não acreditem em propaganda; ela só quer criar necessidades em você, para ser quem você não é e vender o que você não precisa comprar para ser feliz. 

Preste mais atenção em você mesmo e não duvide de si. Talvez você seja mais feliz do que imagina, por mais que os outros duvidem ou que sua felicidade não apareça nas revistas, novelas e comerciais.

Não significa que não daremos uma escorregadinha para o norte ou para o sul uma vez ou outra, mas até nessas horas, respeite a sua bússola, lembrando que existem outras dimensões além de para cima, para baixo, para frente, para trás e para os lados.

© Gutto Carrer Lima
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